segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Minha criança ainda está em mim...



Minha cabeça está voando ao som de Stand by me de Ben E. King e fico pensando e pensando...Todos falam da infância, grande maioria gostaria de voltar a ela e outros apesar de lembranças ruins tem momentos inesquecíveis desta época. Reflito e não me canso tentando achar a razão para tanta nostalgia. É certo que para cada pessoa há motivos diferentes que lhe fazem pensar na infância ou querer ela de volta.

Não penso em voltar no tempo e muito menos em apressá-lo, cheguei a conclusão de que cada época deve ser vivida com leveza e calma, para perceber cada segundo de vida que ganhamos todos os dias. Sei que é uma conclusão que atende as minhas necessidades, e não a de todos os seres humanos, provavelmente o mais belo nas pessoas são as diferentes formas de se ver a mesma coisa.

Tenho muito de minha infância comigo, em cada brincadeira, em prováveis olhares, curiosidades, birras e tudo mais. Todos têm muito da sua infância consigo, pois todo ser humano ou é uma criança, ou já foi, conclusão e tanto não?! (risos)

Mas há algo que me choca, que aos meus olhos é um erro muito grande. Este erro seria a forma que algumas coisas se encaminham em relação ao olhar dos outros sobre uma pessoa que eles julgam ter crescido.

Quando uma criança ri, ela já faz alguém mais feliz por esse simples gesto. Crescemos com a idéia de que nosso sorriso sempre atenderá as necessidades dos outros, conforme o tempo passa falamos uma palavra, mesmo que errada e todos querem presenciar este fato, damos o primeiro passo e todos aplaudem, vamos para escola, ficamos maiores... Depois de um longo tempo começo a me frustrar pois queria que meu sorriso ainda atendesse as necessidades das pessoas que mais amo, que ele fosse poderoso o suficiente para deixá-los sempre felizes. Começamos uma busca por tentar ser realmente bom em algo, algo que possa dar orgulho ainda, ou ainda chamar a atenção.

Sei que a cada um cabe sua nostalgia, mas para mim este é o fenômeno que mais explica as razões de tanta saudades e tantas lembranças, o desgaste de correr atrás de objetivos maiores, metas, coisas que ninguém tenha feito para que se possa novamente parar por um momento de tentar ser o melhor e apenas curtir o momento. O que nos esquecemos é que quando aprendemos a falar, muitas pessoas falavam, quando aprendemos a andar também, então qual o motivo de agora ter que fazer algo surreal para ser bom o bastante?

Minha pergunta hoje é: Será que realmente alguma pessoa adulta, aquela que se julga madura, pode, sem comparações ou julgamento, se contentar com o fato de alguém estar dando seu melhor?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

OUÇA









Seres humanos, parem por um momento e participem da arte de ouvir. Quando ouvimos o mundo em que vivemos se transforma, e o mais interessante nós também nos transformamos. Uma das armas que pode tornar nosso mundo sem vida é a falta de tempo, falta de tempo para descansar, falta de tempo para o lazer, falta de tempo com aqueles que amamos... tudo isso nos transforma em máquinas que servem a algo, ou a um padrão de vida ou a um sonho material, tudo nos robotiza. Muitas vezes vemos aquilo que está a nossa volta, por vezes superficialmente, mas vemos. Já os nossos ouvidos estão cada dia mais atrofiados. Hoje eu peço ouçam!



Comece criando a rotina de ouvir os outros, não pergunte se está tudo bem como se fosse um oi. Crie interesse pelo que os outros te contam, crie o hábito de ao menos guardar as informações por um determinado tempo e pergunte sobre fatos que o emissor já nem lembra mais que os contou, procure saber da rotina daqueles que te cercam. Não peço que sejam hipócritas, peço apenas que ouçam, há pessoas que precisam ser ouvidas para se sentirem queridas. Ouçam aqueles que vocês amam, há mais pessoas importantes para sua vida do que você pode imaginar. Não finja estar gostando de uma conversa, mas se convença de que para aquela pessoa, que você ama, o assunto é importante, assim tudo fica mais fácil e menos monótono, não há assunto no mundo que tenhamos 100% de conhecimento para não se possa ouvir mais uma opinião, assim como não podemos descartar conversas por não saber nada sobre o assunto, devemos ser humildes e interessados.




Por fim, depois de ouvir os outros, aprendam a se ouvir. Esta pode ser uma tarefa bem mais complexa, pois muitas vezes falamos coisas tão inúteis que nos decepcionariamos conosco. Pensem antes de falar, e falem com o coração, mas para tirar a prova real de que o que se falou foi realmente o que se queria expressar ouçam à tempo de se explicarem. Ouça e guarde o que se falou, assim com o passar do tempo evitaremos reclamações e contradições, pois a maioria delas acontecem por puro egoísmo e falta de visão de determinadas situações. É bem provável que no dia em que pararmos nossa vida de "cidade grande", percebamos coisas que já nos foram tão importantes, como ouvir, e assim nós teremos a chance de amadurecer. Neste dia vamos entender que amadurecer não significa ficar velho e sem graça, mas sim ter equilíbrio em nossa vida.



terça-feira, 14 de junho de 2011

Cara Julieta Capuleto...




"Minha intenção é meramente conversar. Vamos colocar o papo em dia e colocarei minha opinião sobre tudo o que você fez com sua vida. Não quero pedir conselhos sobre a vida, muito menos sobre o amor, pois confesso, nunca achei você a pessoa mais adequada para falar de amor.


Sinceramente, você e o Romeu que me perdoem mas, não acho que vocês tenham tido uma história muito bonita, e muito menos inteligente. Não cabe a mim julgar o tamanho do sentimento que havia entre vocês, mas posso falar que para mim ele não serviria.



Do amor nascem coisas boas, e dizem que produz na pessoa que ama é vontade de viver, e se a pessoa que ama também é a pessoa amada, também produz uma alegria que o faz vibrar.



Como então um amor pode gerar a morte? Uma morte que se escolheu, por vontade própria... Se o amor é verdadeiro queremos ele vivo, seja como for, mesmo que seja nos braços de outra pessoa, mas pensar nele morto, eternizado para o nada, é uma coisa que realmente não alcança meu raciocínio.



Você já parou para pensar que talvez se ambos tivessem optado pela vida, e mesmo que você aceitasse o cortejo de Páris, vocês teriam ao menos as lembranças do "amor" que você e Romeo tiveram?



E se Romeu tivesse tido ao menos a chance de conhecer outra pessoa? Não digo que ele sentiria por ela tamanha paixão que sentia por ti, mas ele poderia ter sido feliz, e a idéia inútil e egoísta de morte arrancou todas as possibilidades disto ser possível.



Ah e por falar em paixão, sim a paixão, para mim era isso que regia o relacionamento de vocês, pois ela normalmente faz a cabeça das pessoas girarem e perderem totalmente a razão, os objetivos e o caminho. Não digo que a paixão seja fútil, mas nas mãos de uma pessoa frágil ela se torna geradora de grandes erros. Precisamos ter controle do que acontece conosco, precisamos mostrar, muitas vezes para nós mesmos, que podemos ter sentimentos por outras pessoas, que podem ser fortíssimos, mas que não alterarão em nossa essência.



Muitas vezes fico a pensar se no enredo desta história toda Shakespeare não se apaixonou por você, com sua doçura e determinação, e acabou matando-a, achando isso preferível do que lhe ver com outro. Mas isso seria maldade de mais com ele... afinal de contas ele deu a vida para você e para seu "amado".



Julieta, só queria dizer que você deveria ter dado mais tempo as coisas, pois optando pela morte você fugiu dos problemas, você fugiu da sua vida, fugiu de pessoas que te amavam e, para pessoas como eu, você demonstrou não amar o Romeu como dizia...


Atenciosamente de alguém que, sinceramente, não tem experiência nem fundamentações para falar deste tipo de amor, mas que até o devido momento não entende e se intriga com o fascínio das pessoas por sua história...






Jéssica.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Segredos da menina...




E ela disponibilizava seu tempo para falar com ele, para estar com ele e para fazer qualquer coisa para que, ao menos em sua mente, a sua presença fosse real.
Ela trocava seu caminho, para ver se a "sorte" o traria, e mesmo que não o visse, por muitas e muitas vezes pensava ter o visto. Ela fazia tudo que pudesse para ajudá-lo, em todas as áreas que lhe fosse possível, mesmo que isso significa-se ouvir de seu passado com outras meninas.
Sempre andava com um sorriso estampado no rosto, esperando que em algum canto ele a estivesse olhando, e que visse o quanto ele à fazia bem, mesmo que ela não deixa-se isso claro em palavras. Tentava ser a amiga, disponível para todas as horas, aquela que muitas vezes era vista como um "anjo", mas que só queria ser vista como mulher.
Mesmo que muito interessada em tudo que eles falavam, sua mente só fitava seu rosto e parte dela só pensava no seu feitio, na sua simetria. Mas ao mesmo tempo que o observava, não tinha a audácia de fitar seus olhos por muitos segundos, pois seria fatal e tudo que ela guardava a sete chaves estaria em jogo.
E por este segredo, os dias se passam onde ela faz tudo por ele e ele não percebe nem um segundo. Por vezes desconfia, mas em grande parte do tempo só acredita piamente que ela é bondosa, caridosa, amiga, confiável... só não acredita que ela pode ser a mulher para ele, ou por não saber que a possibilidade de tê-la é real ou por vontade de apenas manter a forte amizade.
E ela disponibilizava seu tempo para falar com ele, para estar com ele e para fazer qualquer coisa que para que, ao menos em sua mente, a sua presença fosse real. E ele? De nada sabia...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Saudade Canonizada


"No dia em que ocê foi embora,eu fiquei sentindo saudades do que não foi.Lembrando até do que eu não vivi, pensando nós dois." O último Pôr-do-sol - Lenini


A insistência em sentir saudade do que não existiu sempre me assombra. Talvez seja um dos maiores defeitos que eu possa encontrar em mim, e olha que sei que a lista é vasta, diversificada e monótona.


O primeiro passo é a saudade em si. Saudade de um lugar, de uma pessoa ou de alguma situação, ou da mistura destruidora delas. Fico pensando em tudo que vivi nesse período, que só pode ser medido por mim, por ser tão relativo e pessoal, pois sentimos saudade das coisas boas e quando as coisas boas chegam ao fim sempre as consideramos fatos curtos, raios de luz que passaram e logo foram cobertos por alguma montanha.


Em seguida vem a criação do que não ocorreu, começo a pensar em como teria sido, em qual seria o desenrolar se não tivesse acabado. O tão conhecido " E se..." . Então começa a criação de fatos que deixam você com mais vontade de que o fim não tivesse chego, pois aí não ouso colocar fins trágicos e erros maiores, só o fim que eu gostaria, o meu "e viveram felizes para sempre". Mas é um felizes para sempre que só foi elaborado por uma pessoa, por mim, a única que sabe tudo que eu quero e da maneira que eu quero, sem a opinião de outros e sem interferência de nada, o que nos faz pensar que tudo teria sido perfeito se tivessemos tentado um pouco mais. Tola irônia...


A irônia de crer em coisas que só fazem parte do meu pensamento, de mais ninguém. E assim cresce a saudade, por ter feito uma coisa boa se tornar quase perfeita, e assim misturando fatos e sonhos canonizo o "ocorrido" em meu ser e torno-o uma saudade eterna...



quinta-feira, 31 de março de 2011



Se é pra ver,


que seja com os olhos de um sonhador;


Se é pra cheirar,


que seja com o olfato de um cão;


Se é para degustar,


que você dê inveja aos melhores gourmets;


Se é para ouvir;


que seja com o coração;


Se é pra sentir,


que seja com todo o seu corpo.


Pois se assim o fazer,


você vai amar com todos os seus sentidos,


com toda a intensidade


com toda sua alma.




Mas se você não for assim,


não arrisque entrar no meu mundo.


Pois ele lhe parece-rá loucura,


e de fato é... mas pra mim


só os loucos sabem viver cada segundo


com a veracidade que muitos,


levam a vida toda buscando.










:*

terça-feira, 29 de março de 2011


"Aquilo que sou,

tudo o que constitui o meu ser,

é um conhecimento que têm aqueles que ficaram o tempo suficiente...


Tempo suficiente para me conhecer

e para não precisar jamais me perguntar: - Quem tu és? "


Jéssica Porciuncula de Souza

quarta-feira, 23 de março de 2011

Aparência


E eu me vejo no espelho, e o que vejo parece tão pouco e tão superficial para se seguir uma vida. Então tiro os olhos do reflexo e os fecho, e assim aprendo a ver além do que se pretende. E esta é uma decisão que só se pode tomar por vontade própria. Decisão essa, que pode ser tomada por cansar da superficialidade de uma vida guiada pelas aparências, cansar de algumas vezes se menosprezar por um padrão específico, que parece ser imposto para que ninguém o alcance, ou cansar de uma sociedade que quer fazer, até mesmo das pessoas, produtos em massa, onde cada vez mais o especial é ignorado e o igual é absorvido na mente das pessoas como o certo a se seguir.

Fixo agora meus pensamentos em tudo aquilo que realmente pode fazer um "ser humano" se tornar ser humano de verdade, de alma, de coração... Penso em tudo aquilo que me torna quem eu sou, que mesmo tendo falhas intermináveis em meu caráter, aquilo tudo me torna a pessoa que as pessoas identificam como eu. E ainda sei que todas as coisas que existem em mim que podem produzir algo de bom para os outros, ou até mesmo pra mim, podem ser maiores do que meus defeitos e podem superá-los quando eu entender que eu posso ser um produto são em uma sociedade doente.

E vendo cada centímetro de tudo aquilo que o espelho não me mostra, penso que o conjunto faz o que eu sou hoje. Assim como quando sinto não é só o meu coração que sente, mas sim o meu corpo inteiro, quando vivo minha vida, não posso viver só pelo que se pode ver por fora, pois assim só me permito viver pela metade, ou nem isso pois a aparência não corresponde a nem 1% do que somos.

Começo a sentir uma felicidade por notar que tenho coisas tão especiais dentro de mim e as ruins parecem começar a ir embora, e me sinto mais completa por pensar que as pessoas que convivem comigo, aquelas que posso chamar de amigos, estão ali pelo que eu sou por dentro, pois a aproximação por aparências não dura, é fútil e mesmo existindo muito são tão superficiais que saem da nossa vida o mais rápido do que chegaram.

E isso se torna um exercício diária, de lutar para quando abrir os olhos não me preocupar com aquilo que vejo, se me agrada ou não ou, o mais perigoso, se agrada os outros ou não, mas sim com aquilo que sei que está ali e que os outros só terão a chance de conhecer se a sua aproximidade for sincera em me conhecer como pessoa, uma pessoa com defeitos e qualidades, um ser humano de verdade.



Jéssica Porciuncula de Souza

segunda-feira, 21 de março de 2011

Laços

Tive os melhores amigos que uma criança poderia querer.
Amigos que estavam comigo em quase todas as áreas da minha vida, na escola, no clube, na igreja... onde eu estivesse eles estavam, e passei grandes fases da minha vida compartilhando com eles as risas, as brincadeiras de boneca, de pega-pega de qualquer coisa, mas eles sempre estavam ali.
Havia também os amigos que eram amigos dos meu pais, e assim estavam sempre perto, feriados, acampamentos, churrascos, natais... Nossa é dificel lembrar algo de importante onde eles não estivessem. E era muito bom! Era como se eles fossem os parentes que nós podiamos escolher. Acho que tem uma frase mais ou menos assim que diz que amigos são os parentes que o coração escolhe... ou não, minha memória não é tão boa.
Cada amigo que eu tinha parecia suprir uma parte da minha vida, uns gostavam mais da natureza, outros mais de conversar, outros se achavam os santos casamenteiros, outros simplesmente era ótimo ter ele por perto mesmo que não falassem nada, e outros era impossivel estarmos juntos e não falarmos nada. Tinha os que faziam parte do grupo desde o início e haviam aqueles que foram se agregando, mas o mais engraçado é que parece que eles sempre fizeram parte do grupo, como se estivessem programados a estarem ali. Agradeço a Deus por fazer essas pessoas parte da minha vida e à meus pais que me permitiram tê-los sempre por perto... E a eles que me aturavam mesmo eu sendo uns bons anos mais nova e imatura que eles.
As circunstâncias da vida as vezes nos afasta das pessoas que queriamos mais ter por perto. Hoje eu sei que eles estão bem, que também sentem falta daquele convívio mas não os tenho tão perto. E por muito tempo fiquei conhecendo pessoas superficialmente e sempre tendo medo de qualquer tipo de aproximação, talvez só por egoismo, não queria compartilhar situações maravilhosas com mais ninguém, só queria as lembranças daqueles meus primeiros amigos. Ou talvez por medo de apagar de alguma forma aquelas memórias.
Hoje eu sei que amizade verdadeira como aquela, não se apaga, e que podem vir pessoas maravilhosas e especiais, e estas poderão ter um espaço no meu coração, mas que o espaço que está a anos para aqueles queridos amigos sempre vai estar lá, ou do mesmo tamanho OU maior.
O coração não têm espaço limitado, o que sentimos pelas pessoas pode ser imenso ou do tamanho de um grão de mostarda, o coração se adapta a quantidade de amor que doamos e recebemos dos outros. Deixe seu coração se espandir a cada dia mais, possibilite a você conhecer novas pessoas e deixe seu coração identificar as que podem ter algum significado em sua vida. Mas tenha certeza que o amor que você reservou para aqueles que já não estão por perto fisicamente não vai perder a importância, nem o foco, muito menos o tamanho do sentimento que os tornaram amigos.
Aos amigos que espero que tenham certeza da importância que têm na minha vida,
Jéssica Porciuncula de Souza.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Um só amor?


"Um beijo - um beijo só! eu não pedia

Se não um beijo seu,

E nas horas do amor e do silêncio

Juntá-la ao peito meu!"


Esses versos pertencem a poesia "O Poeta" de Álvares de Azevedo. Se encontra no livro Lira dos Vinte Anos, que eu comecei a ler pelo nome me parecer muito sujestivo,hehe. E me surpreendeu muito. Uma das pessoas com o maior dom pra falar de amor, dos poetas que tive conhecimento. Talvez seja crueldade falar assim, mas talves simplesmete ele diga as coisas que mais me tocam e fazem pensar no amor. Esse poeta morreu aos 21 anos, que triste. Mas escreveu tanto sobre o amor e sobre sua "amada" que me deixa muito, mas muito curiosa para saber se os poemas eram todos pra mesma moça dos cabelos escuros e pele pálida...ou se ele escrevia para cada mulher um poema diferente.


Talvez você esteja pensando "o que isso interfere pra mim?" mas eu realmente queria saber... Será que nos seus 21 anos ele conseguiu amar uma só pessoa?


Será que Shakespeare escrevia coisas tão lindas por ter um grande amor? Será que todas as musicas que John Lennon cantava era pra Yoko Ono? Será que Billy Joel escreveu a música Vienna tentando ajudar sua grande paixão a viver a vida?


hahaha... sim minha cabeça pensa coisas sem sentido para alguns, mas tudo isso tem uma razão. Se alguém conseguiu viver a vida em busca de uma única pessoa e , tendo-a ou não, foi feliz isso me vale muito.


Quem nunca quis ser A PESSOA para alguém que estava distânte, e essa distância pode ser física ou emocional, ou ambas? Quem nunca sentiu vontade de dar um abraço, um beijo ou um simples sorriso maior do que a ocasião permitia por saudade? Quem nunca pensou que ia morrer amando alguém e que aquilo não ia acontecer do modo esperado?


Ah são tantas coisas que passam pelas nossas cabeças quando pensamos no amor... E nem sempre chegamos a alguma conclusão. Mas à mim cabe sonhar, pois se uma coisa é pra ser extraordinária ou maravilhosa, como os apaixonados dizem ser, que seja uma grande ilusão também, então sonho que Álvares de Azevedo não foi um boemio e sim um eterno apaixonado e que a moça que ele se referia era uma só... Sonho que Shakespeare escreveu tanto sobre o amor por experiência, mas experiência com seu grande amor... E se não foi bem assim os fatos, não faz mal...


O que importa talvez seja eu acreditar que alguém, que talvez até negue que o amor pode acontecer, ou diga "comigo não é assim" , ao encontrar a pessoa certa esquece os outros amores e consiga viver por outra pessoa.



Porciuncula de Souza

Reencontro


E eu que havia desistido

da utopia de alguém encontrar,

encontro o que estava irrustido

em alguém que nem posso tocar.



-Foi o destino! - já cogitei

coisas na hora em que devem estar.

Mas foi aí que notei

que deixamos a razão para podermos amar.



Teu amor me faz bem

e assim posso olhar além,

e tudo que nos possa atrapalhar,

esses impecílios, deixo de considerar.



Quanto a isso,

passado...

futuro...

perdem o foco.



O presente me consome!

Me consime em ser feliz,

feliz por reencontrar quem sempre quis.









... Sim eu gosto de escrever... Sim eu penso como uma menininha esperançosa as vezes... Sim eu escrevo só pelo gosto de escrever... haha. Aí foi mais uma das minhas horas e horas mergulhada em ilusões...e afirmo uma coisa: Isso me faz tão bem!



Porciuncula de Souza

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

E quanto eu aprendi?


Aprendi que a vida pode nos surpreender

e em segundos após já nos aborrecer,

no tédio de olhar o relógio marcar

as horas de um dia que vai acabar.


Que a justiça é um senhor experiente

que não se faz de amigo, nem de confidente,

mas que aparece na hora oportuna

Com lições mais valiosas que uma fortuna.


Que o amor não precisa nos decepcionar,

e que só pensando assim poderemos contornar

o amor fútil que a sociedade nos impõe

e aprenderemos tudo o que o amor compõe.


E confundimos tristeza com decepção,

pois tristeza pode ser nossa culpa e decepção não.

E a tristeza muitas vezes é um ponto de vista

e que precisamos viver mais e sermos menos calculistas.


E que enquanto diminuimos os outros nós vamos baixo.

E que ficamos felizes de pensar "na sociedade me encaixo".

Até que vemos que nos encaixar não faz sentido

e que seguir um grupo pode ser bem dolorido.


Até o dia em que crescemos por perceber

que ser único é o que nos faz florescer.

E que pontos de vista são para se ouvir,

mas os nossos principios ninguém deve destruir.


E principalmente vemos

que tudo nunca saberemos.

Que há coisas que não cabe a nós saber.

E que a humildade de se permitir aprender

tudo aquilo que está nos sendo ensinado,

é o que nos dará o prazer de ser respeitado.


Porque a chave da vida está com quem quer viver

E quem... já fez de "tudo", viu de "tudo" e sabe "tudo"

não tem mais nada pra fazer.




Jéssica Porciuncula de Souza

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Solidariedade


Venha comigo

Me dê a mão

Estenda a outra...

Pegue em mais uma mão.

Sorria sempre

Gire no mesmo sentido do grupo.

Nesta brincadeira de roda

O faz-de-contas

Alegra o coração.



Venha comigo

Mê de a mão

Estenda a outra

Para distribuir o pão.

Fale sempre palavras justas

Semeie compaixão.



Venha comigo

Me dê a mão

Estenda a outra

Não diga não.

Veja pelo cego;

Ande pelo aleijado;

Ame pelo cético;

Sorria com o coração.



Magru Floriano.



Cada vez mais as pessoas estão fugindo mais e mais e esquecendo a solidariedade. Será que é por falta de compaixão? Todos os fatos e tragédia que ocorrem fazem as pessoas ficarem "secas" e "duras" com os outros e até consigo mesmo como proteção. Afinal o que os olhos não veem o coração não sente, não é esse o ditado?

Mas não aceite perder a sua sensibilidade, seus sentimentos e principalmente não deixe de lado tudo que você pode fazer em prol dos outros. Seja alguém que faz a diferença pra alguém. Ame seu próximo e ajude-o com um sorriso imenso.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Muitos me adoram mas nenhum me ama"


Hoje eu ouvi uma frase que me fez pensar muito... Confesso que gostaria de dizer que a li em um "grande" livro daquele "grande" autor , e uso as aspas pois creio que não existem livros e autores pequenos pois todos merecem o devido valor, ou em alguma aula importante, ou até mesmo quem sabe em um grande documentário mas não... Há ouvi em um programa fútil que à primeira vista eu mesmo diria que vê-lo não me acrescentaria em nada. Estava me distraindo com a televisão quando um dos personagens falou "O problema é esse: muitos me adoram mas nenhum me ama!"


E acho que realmente essa é uma realidade cada vez mais viva em todos os tipos de relacionametos que se pode encontrar. Será que as pessoas já sofreram tanto que não se permitem mais esse tipo de sentimento? Será que ficar mais de um determiando com a mesma pessoa ficou tão futil ou tão "enjoável"?


O que se considera uma burrice hoje é estar com uma única pessoa e ainda pensar que ela é aquila que pode te fazer feliz à cada dia. Tremenda inversão de valores...


E hoje eu digo : Enjoe dos que te adoram... Despreze-os... Deseje ser amada! E se não for , apenas agradeça por ter descoberto que aquilo não era o suficiente para você, e tenha certeza que não lhe faria bem... viver pela metade nunca deve ser considerada uma alternativa.


Goste de ser amada, de ser admirada e de fazer a diferença pra alguém...mesmo que já faça tanto tempo que você tenha se sentido assim que não lembre mais. Mas mesmo assim não se contente com metades... Ninguém foi feito pra viver assim.


"Eu não sou assim"

"O problema não é você sou eu"

"Comigo é assim"

"O importante é que estamos nos divertindo"

"Eu já sofri tanto que agora é assim"


ahhhhh... mande tudo isso pro espaço! E creia isso deixa você com uma sensação de liberdade e auto-controle que nada merece ser colocado no lugar...

Aceite apenas o inteiro!


Se dê o valor que você merece e tudo isso vai parecer facil, e quem é pequeno e só sabe fazer as coisas pela metade também será inútil para sua vida!
kiss =*

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

GRAVAÇÃO - Carlos Drummond de Andrade


- PRONTO, tá ligado. Posso começar?
- Pode.
- O senhor se sente realizado?
- Por que você quer saber isso?
- Nada não. O professor é que mandou lhe perguntar.
- O professor tem interesse em saber se eu me sinto realizado?
- Sei não senhor.
- Então diga ao professor que venha me procurar.
- Pra quê?
- Para eu lhe perguntar se ele se sente realizado.
- O senhor vai perguntar isso a ele?
- Vou.
- O senhor também está estudando? Nessa idade, poxa!
- Quê que tem? Toda idade é boa para estudar, a gente não acaba nunca de saber as coisas. Mas não estou estudando não.
- Então por que vai perguntar isso ao professor?
- Porque se ele quer saber se eu me sinto realizado, eu também quero saber a mesma coisa dele. Indiscrição por indiscrição.
- Gozado... Mas se o senhor fizer isso não bota o meu nome no meio, porque vai dar grilo. Vê lá, hem.
- Fique descansado. Não vou comprometer você.
- E o senhor só vai responder a minha pergunta depois de falar com ele? E se ele não responder? Se demorar? Tenho de entregar esta entrevista até quinta-feira.
- Bem, eu respondo agora mesmo.
- Então responde, vamos lá.
- Primeiro eu preciso saber: o que é se sentir realizado?
- O senhor não sabe?
- Para dizer o que eu sinto, quero saber antes se o que eu sinto é o mesmo que se deve sentir quando se está realizado, ou se julga estar. E para isso é preciso saber o que é estar realizado.
- Poxa, não complica.
- Estou complicando, meu querido? Minha intenção era simplificar, esclarecer. O que é mesmo se sentir realizado?
- Ora! Se sentir realizado é... quer dizer... Não sei explicar muito bem, mas o senhor entende, né?
- Mais ou menos. Quer dizer: menos. E você?
- Se o senhor não entende bem, eu é que vou entender?
- Então, como é que eu posso responder?
- Ué, o senhor é o entrevistado, o que sabe das coisas.
- E quando não sei!
- Não sabe se está realizado?
- Não sei nem o que é realizado.
- Corta essa. Não vai me dizer que não tem dicionário em casa.
- Tenho alguns, mas em vez de me tirarem as dúvidas, me acrescentam outras.
- Desculpa, mas o senhor é enrolado, hem! Será que não achou o significado de realizado?
- Achei quatro ou cinco, Quer ver? Olhe aqui, O primeiro é o de coisa ou negócio que se realizou, que se tornou real. Será que me tornei real? E antes não era? Quê que eu era então? Fantasma? Projeto?
- Assim o senhor me funde a cuca.
- Não tenho intenção.
- E os outros significados?
- No fim, está o neologismo, e aí é que - desculpe a expressão, que não costumo usar, mas me deu vontade – aí é que a vaca vai pro brejo. Aqui está: "indivíduo realizado: dito por uma pessoa, de si própria, quando considera ter alcançado todos os seus objetivos no terreno ético ou no de suas atividades profissionais ou artísticas."
- Tá legal.
- Legal no papel, mas e dentro de mim '?
- Dentro do senhor o quê?
- Quais são meus objetivos no terreno ético, ou, mais modestamente, no terreno de minhas atividades profissionais ou artísticas? Tenho objetivos éticos definidos? Quais são? São meus ou me são impostos ou sugeridos pela educação e pela conveniência social ? Se fossem exclusivamente meus, quais seriam? E em minhas atividades práticas ou criativas? Que é que eu pretendo? Pretendo sempre as mesmas coisas? Não mudo de alvo? Não danço conforme a música ou até sem ela e contra ela? Que é que eu sei de positivo a respeito disso, ao longo de minha vida? Que pretendia eu há 20 anos'! Há 10? Na semana passada? Me procure depois de eu morrer. Aí então, posso dar balanço.
- Chega! Chega!
- Estou caceteando você ?
- Não está enchendo não. É que a fita acabou. Até que a entrevista foi bacana, um tremendo barato. O professor vai delirar, a turma também. Um cara que não sabe se está realizado nem o que é realizado! Papo findo, tchau!



...Se você também não perde seu tempo pensando em suas realizações e gosta mais de pensar em tudo que pode fazer para um dia chegar onde quer... e tbm não tem muita pressa de chegar lá, desde que chegue... Certamente vai gostar dessa cronica, como eu.


beijos...