terça-feira, 14 de junho de 2011

Cara Julieta Capuleto...




"Minha intenção é meramente conversar. Vamos colocar o papo em dia e colocarei minha opinião sobre tudo o que você fez com sua vida. Não quero pedir conselhos sobre a vida, muito menos sobre o amor, pois confesso, nunca achei você a pessoa mais adequada para falar de amor.


Sinceramente, você e o Romeu que me perdoem mas, não acho que vocês tenham tido uma história muito bonita, e muito menos inteligente. Não cabe a mim julgar o tamanho do sentimento que havia entre vocês, mas posso falar que para mim ele não serviria.



Do amor nascem coisas boas, e dizem que produz na pessoa que ama é vontade de viver, e se a pessoa que ama também é a pessoa amada, também produz uma alegria que o faz vibrar.



Como então um amor pode gerar a morte? Uma morte que se escolheu, por vontade própria... Se o amor é verdadeiro queremos ele vivo, seja como for, mesmo que seja nos braços de outra pessoa, mas pensar nele morto, eternizado para o nada, é uma coisa que realmente não alcança meu raciocínio.



Você já parou para pensar que talvez se ambos tivessem optado pela vida, e mesmo que você aceitasse o cortejo de Páris, vocês teriam ao menos as lembranças do "amor" que você e Romeo tiveram?



E se Romeu tivesse tido ao menos a chance de conhecer outra pessoa? Não digo que ele sentiria por ela tamanha paixão que sentia por ti, mas ele poderia ter sido feliz, e a idéia inútil e egoísta de morte arrancou todas as possibilidades disto ser possível.



Ah e por falar em paixão, sim a paixão, para mim era isso que regia o relacionamento de vocês, pois ela normalmente faz a cabeça das pessoas girarem e perderem totalmente a razão, os objetivos e o caminho. Não digo que a paixão seja fútil, mas nas mãos de uma pessoa frágil ela se torna geradora de grandes erros. Precisamos ter controle do que acontece conosco, precisamos mostrar, muitas vezes para nós mesmos, que podemos ter sentimentos por outras pessoas, que podem ser fortíssimos, mas que não alterarão em nossa essência.



Muitas vezes fico a pensar se no enredo desta história toda Shakespeare não se apaixonou por você, com sua doçura e determinação, e acabou matando-a, achando isso preferível do que lhe ver com outro. Mas isso seria maldade de mais com ele... afinal de contas ele deu a vida para você e para seu "amado".



Julieta, só queria dizer que você deveria ter dado mais tempo as coisas, pois optando pela morte você fugiu dos problemas, você fugiu da sua vida, fugiu de pessoas que te amavam e, para pessoas como eu, você demonstrou não amar o Romeu como dizia...


Atenciosamente de alguém que, sinceramente, não tem experiência nem fundamentações para falar deste tipo de amor, mas que até o devido momento não entende e se intriga com o fascínio das pessoas por sua história...






Jéssica.