quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Solidariedade


Venha comigo

Me dê a mão

Estenda a outra...

Pegue em mais uma mão.

Sorria sempre

Gire no mesmo sentido do grupo.

Nesta brincadeira de roda

O faz-de-contas

Alegra o coração.



Venha comigo

Mê de a mão

Estenda a outra

Para distribuir o pão.

Fale sempre palavras justas

Semeie compaixão.



Venha comigo

Me dê a mão

Estenda a outra

Não diga não.

Veja pelo cego;

Ande pelo aleijado;

Ame pelo cético;

Sorria com o coração.



Magru Floriano.



Cada vez mais as pessoas estão fugindo mais e mais e esquecendo a solidariedade. Será que é por falta de compaixão? Todos os fatos e tragédia que ocorrem fazem as pessoas ficarem "secas" e "duras" com os outros e até consigo mesmo como proteção. Afinal o que os olhos não veem o coração não sente, não é esse o ditado?

Mas não aceite perder a sua sensibilidade, seus sentimentos e principalmente não deixe de lado tudo que você pode fazer em prol dos outros. Seja alguém que faz a diferença pra alguém. Ame seu próximo e ajude-o com um sorriso imenso.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Muitos me adoram mas nenhum me ama"


Hoje eu ouvi uma frase que me fez pensar muito... Confesso que gostaria de dizer que a li em um "grande" livro daquele "grande" autor , e uso as aspas pois creio que não existem livros e autores pequenos pois todos merecem o devido valor, ou em alguma aula importante, ou até mesmo quem sabe em um grande documentário mas não... Há ouvi em um programa fútil que à primeira vista eu mesmo diria que vê-lo não me acrescentaria em nada. Estava me distraindo com a televisão quando um dos personagens falou "O problema é esse: muitos me adoram mas nenhum me ama!"


E acho que realmente essa é uma realidade cada vez mais viva em todos os tipos de relacionametos que se pode encontrar. Será que as pessoas já sofreram tanto que não se permitem mais esse tipo de sentimento? Será que ficar mais de um determiando com a mesma pessoa ficou tão futil ou tão "enjoável"?


O que se considera uma burrice hoje é estar com uma única pessoa e ainda pensar que ela é aquila que pode te fazer feliz à cada dia. Tremenda inversão de valores...


E hoje eu digo : Enjoe dos que te adoram... Despreze-os... Deseje ser amada! E se não for , apenas agradeça por ter descoberto que aquilo não era o suficiente para você, e tenha certeza que não lhe faria bem... viver pela metade nunca deve ser considerada uma alternativa.


Goste de ser amada, de ser admirada e de fazer a diferença pra alguém...mesmo que já faça tanto tempo que você tenha se sentido assim que não lembre mais. Mas mesmo assim não se contente com metades... Ninguém foi feito pra viver assim.


"Eu não sou assim"

"O problema não é você sou eu"

"Comigo é assim"

"O importante é que estamos nos divertindo"

"Eu já sofri tanto que agora é assim"


ahhhhh... mande tudo isso pro espaço! E creia isso deixa você com uma sensação de liberdade e auto-controle que nada merece ser colocado no lugar...

Aceite apenas o inteiro!


Se dê o valor que você merece e tudo isso vai parecer facil, e quem é pequeno e só sabe fazer as coisas pela metade também será inútil para sua vida!
kiss =*

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

GRAVAÇÃO - Carlos Drummond de Andrade


- PRONTO, tá ligado. Posso começar?
- Pode.
- O senhor se sente realizado?
- Por que você quer saber isso?
- Nada não. O professor é que mandou lhe perguntar.
- O professor tem interesse em saber se eu me sinto realizado?
- Sei não senhor.
- Então diga ao professor que venha me procurar.
- Pra quê?
- Para eu lhe perguntar se ele se sente realizado.
- O senhor vai perguntar isso a ele?
- Vou.
- O senhor também está estudando? Nessa idade, poxa!
- Quê que tem? Toda idade é boa para estudar, a gente não acaba nunca de saber as coisas. Mas não estou estudando não.
- Então por que vai perguntar isso ao professor?
- Porque se ele quer saber se eu me sinto realizado, eu também quero saber a mesma coisa dele. Indiscrição por indiscrição.
- Gozado... Mas se o senhor fizer isso não bota o meu nome no meio, porque vai dar grilo. Vê lá, hem.
- Fique descansado. Não vou comprometer você.
- E o senhor só vai responder a minha pergunta depois de falar com ele? E se ele não responder? Se demorar? Tenho de entregar esta entrevista até quinta-feira.
- Bem, eu respondo agora mesmo.
- Então responde, vamos lá.
- Primeiro eu preciso saber: o que é se sentir realizado?
- O senhor não sabe?
- Para dizer o que eu sinto, quero saber antes se o que eu sinto é o mesmo que se deve sentir quando se está realizado, ou se julga estar. E para isso é preciso saber o que é estar realizado.
- Poxa, não complica.
- Estou complicando, meu querido? Minha intenção era simplificar, esclarecer. O que é mesmo se sentir realizado?
- Ora! Se sentir realizado é... quer dizer... Não sei explicar muito bem, mas o senhor entende, né?
- Mais ou menos. Quer dizer: menos. E você?
- Se o senhor não entende bem, eu é que vou entender?
- Então, como é que eu posso responder?
- Ué, o senhor é o entrevistado, o que sabe das coisas.
- E quando não sei!
- Não sabe se está realizado?
- Não sei nem o que é realizado.
- Corta essa. Não vai me dizer que não tem dicionário em casa.
- Tenho alguns, mas em vez de me tirarem as dúvidas, me acrescentam outras.
- Desculpa, mas o senhor é enrolado, hem! Será que não achou o significado de realizado?
- Achei quatro ou cinco, Quer ver? Olhe aqui, O primeiro é o de coisa ou negócio que se realizou, que se tornou real. Será que me tornei real? E antes não era? Quê que eu era então? Fantasma? Projeto?
- Assim o senhor me funde a cuca.
- Não tenho intenção.
- E os outros significados?
- No fim, está o neologismo, e aí é que - desculpe a expressão, que não costumo usar, mas me deu vontade – aí é que a vaca vai pro brejo. Aqui está: "indivíduo realizado: dito por uma pessoa, de si própria, quando considera ter alcançado todos os seus objetivos no terreno ético ou no de suas atividades profissionais ou artísticas."
- Tá legal.
- Legal no papel, mas e dentro de mim '?
- Dentro do senhor o quê?
- Quais são meus objetivos no terreno ético, ou, mais modestamente, no terreno de minhas atividades profissionais ou artísticas? Tenho objetivos éticos definidos? Quais são? São meus ou me são impostos ou sugeridos pela educação e pela conveniência social ? Se fossem exclusivamente meus, quais seriam? E em minhas atividades práticas ou criativas? Que é que eu pretendo? Pretendo sempre as mesmas coisas? Não mudo de alvo? Não danço conforme a música ou até sem ela e contra ela? Que é que eu sei de positivo a respeito disso, ao longo de minha vida? Que pretendia eu há 20 anos'! Há 10? Na semana passada? Me procure depois de eu morrer. Aí então, posso dar balanço.
- Chega! Chega!
- Estou caceteando você ?
- Não está enchendo não. É que a fita acabou. Até que a entrevista foi bacana, um tremendo barato. O professor vai delirar, a turma também. Um cara que não sabe se está realizado nem o que é realizado! Papo findo, tchau!



...Se você também não perde seu tempo pensando em suas realizações e gosta mais de pensar em tudo que pode fazer para um dia chegar onde quer... e tbm não tem muita pressa de chegar lá, desde que chegue... Certamente vai gostar dessa cronica, como eu.


beijos...