segunda-feira, 18 de abril de 2011

Saudade Canonizada


"No dia em que ocê foi embora,eu fiquei sentindo saudades do que não foi.Lembrando até do que eu não vivi, pensando nós dois." O último Pôr-do-sol - Lenini


A insistência em sentir saudade do que não existiu sempre me assombra. Talvez seja um dos maiores defeitos que eu possa encontrar em mim, e olha que sei que a lista é vasta, diversificada e monótona.


O primeiro passo é a saudade em si. Saudade de um lugar, de uma pessoa ou de alguma situação, ou da mistura destruidora delas. Fico pensando em tudo que vivi nesse período, que só pode ser medido por mim, por ser tão relativo e pessoal, pois sentimos saudade das coisas boas e quando as coisas boas chegam ao fim sempre as consideramos fatos curtos, raios de luz que passaram e logo foram cobertos por alguma montanha.


Em seguida vem a criação do que não ocorreu, começo a pensar em como teria sido, em qual seria o desenrolar se não tivesse acabado. O tão conhecido " E se..." . Então começa a criação de fatos que deixam você com mais vontade de que o fim não tivesse chego, pois aí não ouso colocar fins trágicos e erros maiores, só o fim que eu gostaria, o meu "e viveram felizes para sempre". Mas é um felizes para sempre que só foi elaborado por uma pessoa, por mim, a única que sabe tudo que eu quero e da maneira que eu quero, sem a opinião de outros e sem interferência de nada, o que nos faz pensar que tudo teria sido perfeito se tivessemos tentado um pouco mais. Tola irônia...


A irônia de crer em coisas que só fazem parte do meu pensamento, de mais ninguém. E assim cresce a saudade, por ter feito uma coisa boa se tornar quase perfeita, e assim misturando fatos e sonhos canonizo o "ocorrido" em meu ser e torno-o uma saudade eterna...



2 comentários:

  1. Jéssica,

    Adorei a sua visita no espetáculo. Quando te vi te reconheci instantaneamente e fiquei feliz da sua presença.Não me pergunte o por que. Não saberia dizer. Afinidades,quem sabe. E lendo esse post seu entendi que somos feitas da mesma matéria de sonhos e realidades que unem pessoas como nós.
    "E assim cresce a saudade, por ter feito uma coisa boa se tornar quase perfeita, e assim misturando fatos e sonhos canonizo o "ocorrido" em meu ser e torno-o uma saudade eterna..." Também sinto essa saudade.
    Beijo

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  2. Ah,pode visitar o blog do Luisa se quiser!
    http://www.luisa-oblog.blogspot.com/

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